Uns dizem
que sim.
Balançam a
cabeça positivamente.
Servilmente.
E caem na
dança, no engodo da salvação.
Do corpo, da
alma, do medo.
Socorro.
Uns dizem
que não.
Sacodem todo
o esqueleto em negativa.
Altivamente.
E saem nas
ruas, encharcam as praças, tomam os palácios.
De corpo, de
alma, de amor.
Estardalhaço.
Vai devagar
com o andor que o santo é de barro.
Vou.
Não vou!
Devagar eu
vou com a dor.
Sorvida
lenta, em pequenas doses e grandes certezas.
Cozida em
fogo baixo tipo Maniçoba.
Tipo meu
coração endurecido, desencarnado, desfibrilado em uma panela de pressão.
Uns dizem
que não.
Eles
rechaçam, se rebelam, se reciclam, se rejuntam e se vão.
Pelas brechas, frestas, buracos de estio na
nuvem cinza da rotina.
Eles
brilham.
Eles sobem
e, lá no alto, bem no alto, eles chovem.
Eles
espalham o não.
O não
escorre.
Pelas
selvas, pelas catástrofes, pelo caos da cidade, por todas as certezas do sim.
Eles
invadem.
Por você,
por mim.
Pelo fim.