terça-feira, 5 de agosto de 2014

Saudade é nadar e,
na beira do mar,

nada

segunda-feira, 4 de agosto de 2014


eu fui embora de dentro do tempo
pra ser passarinho sem hora
voando sempre
e alto
e ao sabor do vento

com sede eterna de aurora
E era beber-te na água escondida
plácida e esquecida no fundo do pote
era minha boca tremendo ao teu barro frio
e a minha sede nova na tua boca
embriagava

era beber-te em grandes doses
sorvendo lenta a magnitude que há em ti
e sendo tu e tu em cada gole
e cada gole fazendo de mim coisa tua
que se dissolve

e era delirar-te na música implícita
mais do que implícita, sua
mais do que sua, glória

era delirar-te chegando perto
tão perto que já não podia tocar-te
pois éramos já uma coisa só
de dimensão
arte