quinta-feira, 22 de março de 2012

Festa

É festa menina, enfeita tua alma.
À noite infinita empresta poesia.
Lambuza, pinta de rosa os beiços, batom.

É festa menina, prepara teu corpo.
Vem macia, pele, óleo de coco.
Vem brilhar tua aura colorida.
Sai pra fora do terreiro.

É festa menina, espanta o gato preto.
Vem na noite, zói aceso,
Vagalumeando estrada a fora o meu desejo.


É festa menina, penteia os cabelos.
Faz trança e arremata o laço com fita.
Põe teu vestido, o preferido.
Foge do pai, sai correndo.
 Dá um jeito.

É festa menina, em meu peito.

terça-feira, 6 de março de 2012

Matemática para mim



A razão desconexa que faz existir a vida,
A vida enquanto equação que não fecha.
Qual é a razão matemática de ser?
Sobretudo, de ser eu, assim, elevado a qualquer potência.
Eu sou o que vi e o que vi sou eu.
Essa é a minha propriedade comutativa.
A estrada que faço e a estrada que me fez.
Eu mais eu, sou igual ao mundo.
Mas o mundo sem eu continua mundo, menos um.
Dizima periódica do existir.
Amor é infinito.
Coração número primo.
Só divido comigo e por uma.
O resultado de tudo isso, me contém ou está contido?
É igual ou diferente de tudo que fiz até aqui?
Qual é a fração da vida que me cabe?
Puta que pariu, só agora que percebi!
Não sei fazer conta.
Só sei sentir.