A onda passou e todo
o resto derramou-se.
E toda planta
esparramou-se nas minhas paredes.
O verso triste do
meu poema escorreu nos sulcos da minha cara.
Bonito e histérico,
grito.
Amor, vem comigo!
Lúcido, calmo e
sucinto.
Teu olho me olha no
instante oposto, simétrico.
Na minha vertigem.
Côncavo e convexo.
Pensamento certo.
Progresso para os
nossos.
Desistir é para os
fracos.
Pelo amor, pela evolução,
faço votos.
Tô de volta à velha
escola,
A boa esquina da
prosa.
À tôa.
Feito menino
desgarrado da mão, da mãe.
Vida, dádiva sorvida entre um trago e um gesto.
Mão nos cabelos,
cabeço do mundo, coração no compasso.
É de verso e sangue
a minha loucura.
Na espuma do tempo o
vento escorrega.
Cabe tudo, só não o
lamento.
Saudade é rua cheia,
carnaval na varanda de casa.
Passa:
avenida, pés descalços, calçadas.
Pá virada.
Encheu, derramou.
Lavada a alma, agora
me vou.