E
era beber-te na água escondida
plácida
e esquecida no fundo do pote
era minha boca tremendo ao teu barro frio
e a
minha sede nova na tua boca
embriagava
era beber-te em grandes doses
sorvendo
lenta a magnitude que há em ti
e
sendo tu e tu em cada gole
e
cada gole fazendo de mim coisa tua
que
se dissolve
e era delirar-te na música implícita
mais
do que implícita, sua
mais
do que sua, glória
era delirar-te chegando perto
tão
perto que já não podia tocar-te
pois
éramos já uma coisa só
de
dimensão
arte
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