segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Foi...

Eu nuca quis que fosse assim,
Mas o querer tem gênio forte,
Às vezes pirraça, outras vezes mata.
Entope as veias, obstrui o pulmão.
É como um carro engarrafado.
Às vezes anda e corre, às vezes para.
Deita e rola, noutras exala.
Um querer forjado a ferro e fogo.
Derramado sobre folhas de papel,
Escorria sobre a fronte borrada de preto.
Hoje assim, outrora cheio de dentes,
fazia ver-se de longe, dava sinais de fumaça à tua falta.
Não pretendia ser exato, mas sabia ser forte.
Usava uma caricatura falsa, feita com papel machê e cola,
Saía pra rua de cara pintada.
Era surpreendido desnudo de circunstancias.
Matava e morria sem vergonha.
De virtude e vicio se detinha.
Um querer de alma lavada,
Fazia cobertor de grãos de areia,
E de qualquer sorriso sua morada.


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