Eu vi tanta coisa pequena crescer, subir e chegar ao seu apogeu.
Eu vi tantos corpos na contraluz do meu
abajur.
Eu vi tanta coisa se desmanchar da
minha velha opinião.
Eu me vi tantas vezes voltando atrás de
mim.
Eu trouxe o pequeno, eu trouxe o grande
ou não trouxe nada.
Eu cheguei até mim na luz de um claro
instante.
Numa composição minimalista azul com
fundo infinito.
Num retrato em preto e branco de um
homem andando sobre trilhos.
Na letra de um velho samba que
alimentava-me de sonhos.
Eu devo estar louco por pensar estar
certo.
Eu devo estar certo por pensar que tudo
é tão pouco.
Eu devo estar em algum lugar entre a
vontade e o gesto.
Entre o pequeno e o grande.
Na contraluz da minha velha opinião.
No claro instante em que a composição
minimalista cresceu, subiu e chegou ao apogeu.
Eu devo estar certo de estar louco.
Aquele velho samba sou eu.
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