mas era a vida a te chamar,
com sua voz severa e doce,
do outro lado da rua
e era te deixar ir
sobre os mesmos passos pelos quais chegaste
com os mesmos sapatos que pisaste o chão inexplorado
de minha poesia
mas era a vida a gritar teu nome
logo ela,
que te dá a beleza da preguiça,
quis urgência
bandida
Era te deixar ir,
porque tua chegada foi a minha volta
e a tua partida a minha ida
pra essa vida infinda
que nos dá
com a mesma mão que nos tira
sabida
era a vida a te chamar,
a fazer birra,
a deitar no chão esperneando
era a vida derramando à esmo
as responsabilidades e os sonhos
era a vida gritando pra ti:
acorda!
enquanto cantava para o meu sono
Um comentário:
'Da vida que era poesia, não saía uma linha. Hoje, só restara poesia que falava da vida!'
(que bom que de tudo, sempre, ao menos, restará a poesia... dando beleza à 'tristezas')
Linda essa, Kai!
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