terça-feira, 9 de setembro de 2014


mas era a vida a te chamar,
com sua voz severa e doce,
do outro lado da rua

e era te deixar ir
sobre os mesmos passos pelos quais chegaste
com os mesmos sapatos que pisaste o chão inexplorado
de minha poesia

mas era a vida a gritar teu nome
logo ela,
que te dá a beleza da preguiça,
quis urgência

bandida

Era te deixar ir,
porque tua chegada foi a minha volta
e a tua partida a minha ida
pra essa vida infinda
que nos dá
com a mesma mão que nos tira

sabida

era a vida a te chamar,
a fazer birra,
a deitar no chão esperneando

era a vida derramando à esmo
as responsabilidades e os sonhos


era a vida gritando pra ti:
acorda!

enquanto cantava para o meu sono

Um comentário:

Daiana Azevedo disse...

'Da vida que era poesia, não saía uma linha. Hoje, só restara poesia que falava da vida!'

(que bom que de tudo, sempre, ao menos, restará a poesia... dando beleza à 'tristezas')

Linda essa, Kai!