segunda-feira, 9 de agosto de 2010

É o que tem pra hoje.

A bem dizer, esse não é um reclame.
Nada que maldiga ou macule a cor dos seus cabelos.
Nada que não diga respeito a uma segunda-feira chuvosa.
A esperança escorrendo bueiro abaixo.
A temperança subindo fumaça acima.
Nada que você nunca tenha ouvido falar.

Merda de cachorro na calçada,
Perua no celular, uma mente quadrada,
óculos oval cobrindo metade da cara,
De pau.

Pedras palavras.
Um tapa de luva,
Cabelo escovinha,
Desmonta na chuva.

Aumenta o volume,
Maltrata meus tímpanos.
Já é de costume,
Come, consome,
Depois fica vazia e some.

Alguém acode o humor.
Atropelado em cima da faixa,
Mutilado pela pressa.

Pese comigo: quanto custa um quilo de bom senso?
Quanto tempo pra você mudar de tom?
Michel Jackson não agüentou,
Mudou de cor.

Não é um reclame,
Se for falso testemunho, nem levante.
Permaneça.

Continuo a andar pelo passeio.
Sigo sozinho.
É pau, é pedra, mas não é o fim do caminho.

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