quarta-feira, 15 de junho de 2011

De tempos em tempos


Minhas palavras saíram de recesso.

Desconfio seriamente que nas entrelinhas do meu alfabeto há um líder e algum movimento de revolta.
Que embora não erga sua bandeira, nem me desafie com o dedo em riste, me deixa assim: nu.
Suponho que existe um canto da minha alma para onde as palavras migram de tempos em tempos.
Penso que esse lugar pode ser um barril de carvalho, no qual, incólumes, os dizeres do porvir estão em puro estado de maturação.
Posso sentir os aromas, perceber seus tons de furta-cor, mas não me é permitido tocá-los.
São como virgens imaculadas. 
E eu, um lobo feroz à sua caça.
Não obstante, esse meu desejo é puro afã.
Só me resta supor e esperar com os pés em água quente.
E a propósito de querer eximir qualquer tropeço nas etiquetas,pelado de palavras,vou em frente.
Meu silêncio é quase um atentado ao pudor.

5 comentários:

Alaine Marques disse...

Admiro você, Kaike! É difícil a beleza física não anestesiar uma pessoa na busca por conhecimento interior e outros, julgando bastar-se.
Você, meu saudoso coleguinha, além de belo por fora, é lindo por dentro. Eu fico sem palavras....rsrsrs
Bj

KML disse...

ôooounnn que saudades de você tbm.Bom te ver por aqui e ainda receber tanto elogio. Fico por demais agradecido.
Bons tempos aqueles em que trabalhamos juntos, né?
Um xêro lindona!

Daniele disse...

ele é uma só beleza, frente e verso!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Daiana Azevedo disse...

Seu silêncio não seria apenas um atentado ao pudor... Seria um crime, uma injustiça! O que você fala, o que você escreve que seja levado pelo vento a todos os cantos... é belo e lindo! E vc... a cada dia que conheço, me surpreendo mais com todas as suas belezas!

;-)
Daiana Azevedo