Parece-me justo
tornar a cabo e sonhar a contento.
E tudo ser de
brinquedo.
Fazer de estrada a
montanha abrupta, a noite em fúria e a voracidade do tempo.
Como a corrente que
tudo leva e a pedra esculpe.
E dá-lhe forma e
cores de aquarela.
E dá-lhe vida, por
sob as águas, num instante divino.
Parece-me destino
justo ser pedra de corrente.
Que quando os
revezes à sua frente crescem, passa e segue adiante.
Como tudo que é
rio, por hora acalma, assenta.
Por hora estronda e
arrebenta.
Por hora lava tudo
e recolhe em seu leito.
Em meu peito: água,
coração e tormenta.
E sendo encontrar o
mar o prelúdio da minha morte.
Lembro-me que um dia
fui pequeno a brotar no cimo.
Um rio menor, uerê
menino.
Parece-me sorte ter
nascido em navegança.
Tenho amor e fé e
esperança.
Pedra que rola não
cria limo.
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