Por referência à Caio Fernando Abreu
Dói, vez em quando dói, quase sempre dói.
Dói, vez em quando dói, quase sempre dói.
E como dor, é preciso que doa e anuncie seu lugar.
Antes era amor, sempre amor, quase sempre amado.
E não importa o antes, se depois do quando, eu já não me achava.
Se todo dia, todo gosto exasperava ausência e fim de tarde.
Dói-de-dor-doída, de lágrima caída e gosto de sal.
Estive mal, tal qual um ovo apunhalado.
Quem quiser, que me coma cru e ácido e azedo.
De homem, um arremedo.
E a dor não falta.
Passa e escorrega a baba sobre seios que não são os dela.
Estive prostrado em mim mesmo, esperando não sei o quê do dia seguinte.
E estive no dia seguinte sendo um resto do que houvera.
Embora tonto e, portanto, chutei bola pra frente.
Corri adiante, me fiz diferente.
Dói, vez em quando dói, quase sempre dói, mas uma dor deveras contente.
Agora quem quiser que aguente, fui à forra.
7 comentários:
Quando a paz se anunciar
Dentro de nós
É porque aquilo que nos cega
Mostra um outro lado pra moeda
Como é doce a dor da palavra dita...
De tão longe
(Teatro Mágico)
P.s: Passa, passa, passará!
anike é um nome q te lembra algo?
dói em vc ter q se despedir de alguém numa esquina inesquecível?
qdo vc não usa os olhos e os ouvidos, qual dos sentidos então?
qdo sente frio, o q usa pra esquentar a alma?
bom...estou tão gélido por dentro, man, q atinge meu corpo já e hoje caiu um pedaço de um dente. estou congelando e quebrando. e isso dói. uma última pergunta anestesiada: não tenho vc no facebook? abs fortes broder, pra eu não ter hipotermia.
Esse nome é uma parte de mim, eu e ela somos unidos e ungidos por um amor sem fim, tipo você e Nalim. Rimou tudo...haha
Pois meu caro, as despedidas quase sempre doem, outras vezes podem de uma dor contente.
A depender de quem sente, faz frio mas depois faz calor.
Quanto ao facebook,não tenho mais, estava fazendo mal uso dessa ferramenta, tomava muito tempo, enfim. Estou no msn e no twitter.
Grande abraço
Cliquei no link sem esperar palavras tão intensas, de uma sinceridade doída e passional que há um tempo atrás me era tão familiar. Coração errante, partido em minhas andanças por caminhos que, na época, pareciam me libertar (de mim e de tudo). Enfim, a dor se foi, deu lugar à alegria!
PS.: uma pena que a alegria não me inspire tanto.
Xêro.
A sua capacidade de enxergar-se sob todas as perspectivas é admirável! Digo isso porque acredito que a obra não foge ao autor, mas o transcende sob o olhar do outro.
Parabéns!
Beijos
Mariana
Sempre dói diferente e sempre passa, ainda que fique a lembrança, né?
Jana me indicou seu blog e gostei do que li. Gosto de "mini ficções" e o jeito como vc escreve me parece tão real ( ou será mesmo que é real?)...
Parabéns, virei leitora.
Lindos comentários. Agradeço e prometo que continuo escrevendo. :)
Bjos
Postar um comentário