quarta-feira, 25 de março de 2009

Sem mais...

Às vezes eu só sei o que não quero.
O que eu quero se espalha, é demasiado ver.
Não moram mais em mim alguns parâmetros,
Botei-os pra fora dada inadimplência.

Não consigo mais me enquadrar, constatei isso.
Nas fotografias estou com a cabeça cortada.
Meus pés transbordam na cama.
Se canto alto me tiram como louco.
Se dou o bastante, ainda acham pouco.
O que querem de mim é o que falta em todos.

O que eu posso ter de tão raro faz de mim um alvo fácil.
Faz com que você me olhe atravessado.
Não me negue!

Entrego a ti a minha bússola,
Mas peço: deixe-me navegar.
Vou incorporar sais e minerais a minha culpa.

Quando acaso,
Tardo, envelheço, recuso.
Faço de mim um ser obtuso,
Em nome da negativa negação da imagem.
Apareço em dias contados.


Sem mais, aviso.
Quando a sirene tocar anunciando a partida,
Uma estrela se acenderá iluminando a chegada.
Dessa coisa maior que é a vida,

fonte inesgotável de água pura,
Levarei o que couber no coração.
A simplicidade das pequenas coisas,
No beijo de despedida.
Um abraço de irmão.

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