sexta-feira, 24 de abril de 2009
Eu e outros “eus”.
Os braços ainda acenam para a despedida.
A boca ainda espera o beijo.
O corpo ainda queima.
Os braços, a boca e o corpo ainda são.
Eu já não sou mais.
Não sou mais fantasia.
Meio-dia.
Não mais extravaso.
Não sou mais abraço.
Maré de março.
Não mais sorrio.
Eu já não sou mais.
Ainda há aplausos,
Espere e ouvirá os enxovalhos.
Ainda peço desculpa,
Espere e serei expulso.
Ainda quero,
Espere e eu desespero.
Os enxovalhos, as desculpas e o desespero ainda são.
Eu já não sou mais.
Agora eu sou amargo.
Jiló.
Difícil de entender.
Quiprocó.
Agora eu tardo.
Amargo.
Impaciente.
Eu já não sou mais.
Agora eu desalinho.
Vôo desastrado.
Só desafino.
Eu, só e Zinho.
Já não sou mais.
Deixei de ser e me amo mais.
Deixei de amar e sou mais.
Deixei de ser o que queriam de mim
e eu sou mais.
Braço, boca e corpo.
Fantasia, abraço e sorriso.
Jiló amargo e impaciente.
Eu quiprocó.
Eu e só.
Eu e Zinho.
Eu e eu.
Eu sozinho.
Eu aquilo.
Eu ou ele.
Eu, não mais aquele.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Sempre conseguindo me surpreender!
Meu orgulho e meu espelho! =*
-Completude do poeta Kaike-
Sem tirar e nem acrescentar, na amplitude dos seus versos encontro um ambiente auspicioso!!
E nesse quiprocó, vejo o amargo, impaciente e desafinado "eu" como um encanto.. aos meus olhos de fã!rs
Muito bom, parabéns por mais esse escrito!:***
Eu vim porque eu sabia que hoje o dia não era tão quietinho.
E eu acertei.
Mas agora só tem o que daria pra fazer que não dá mais.
E isso é terrível, mas é tão especial! E eu espero que você entenda. E eu espero, do fundo do meu coração, que você jamais entenda.
E é um lindo texto.
Postar um comentário