segunda-feira, 5 de outubro de 2009

new,nuevo,novo.

Quanta coisa está de volta.

Quanta paz, quanto amor, quanta esperança.

Digo: como é bom estar de volta.

De novo te quero com a velha força.

Se fui, então mudei.

Vou jogar-te numa nova fôrma.

Cativei a ti, enquanto cultivava-me.

Esperei, e cresceu novamente.

Pode me chamar a qualquer hora.

Não, no.

Nossa Senhora!

Parecia que me abandonara.

Nem nas noites mais claras você vinha.

Nem de sexo e vinho dava as caras.

Enquanto isso me diziam os que gostam d´eu e d´ocê.

- Quando? Como? Por quê?

E eu não sabia.

Eu não ousava dizer quando.

Porém sabia que viria.

Com que cara, e com que discurso me seduziria?

Ai meu Deus! Agora não dá mais.

E.

Lá.

Vem.

Ela...

Elávoueu!

Vestindo a roupa do reencontro,

Arrumei-me feito um tonto.

Pra depois despir-me de tudo.

Penteei os cabelos.

Pra de novo entregar os pontos.

Para que essas palavras não voltem mais vazias.

Para que cada coisa da minha vida,

Volte a ser o que já foi um dia.

Que esse mundo dos meus “eus”,

Ou esse de meu Deus.

Volte a respirar poesia.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Ou Seja.

Seja o que for,

Dessa vida ou daquele beijo.

Seja o que eu for de mim.

Seja um aceno ou um desejo.

Casamento ou ação de despejo.

Seja o que você quiser de mim.

Seja uma hora em frente ao espelho,

Seja o segundo que antecede beijo.

Seja!

Não!

Ou não seja.

Cotidiano.

Enfadonho e burocrático.

Rebobine depois de ver.

Seja eu, seja você.

Seja um quanto quiser de me querer.

Pode me querer um tanto assim.

Seja tudo e nada.

Céu ou estrada.

Bem me quer, me queira.

Mau agouro e mal amada.

Sete céus rasgados à faca.

Seja terno, seja gravata.

Maltrapilho ou mão de vaca.

Seja longa caminhada.

Seja véu, seja grinalda.

Viva feliz ou algemada.

Alma gêmea, voz calada.

Uma laranja ou metade dela.

Seja vida, seja novela.

Cidade grande e viela.

Seja vil, seja ela.

Seja o que vier de mim.

Seja por mal, seja por bem.

Todo mundo e ninguém.

Diz adeus e diz amém.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Bendito Encontro

Não precisei de uma amada para aprender a amar.
As coisas do amor saltam e os olhos abençoam.
Não precisei de fadas para fazer um conto.
As palavras correm soltas no papel,
e se aglomeram ao primeiro sinal do frio.
Não precisei ser borboleta para ter leveza.
Sustento-me, carrego um peso sem medida,
Seguindo o exemplo da formiga.
Não precisei viver demais pra conhecer a vida,
Está posta, intima, grandiosa.
Estou e estás como se estivesse de volta.
Mesmo assim...
A cada dia preciso ser grande.
Árvore de grande copa, espalhando sombra e folhas ao vento.
Todo dia à tua glória.
Todo dia em teu nome.
Que prazer reencontrá-la.
Pés descalços sobre a grama.
Rever-te outrora era como um bálsamo.
Hoje tudo em volta me faz crer,
que do que mais precisei, mais ainda me faz falta.
Mais ainda me maltrata.
Mais fundo vai a fome que mata.
Vou seguir a voz que fala.
- É preciso!
Eu sei.
Eu preciso.
Antecipar-me.



quarta-feira, 13 de maio de 2009

Desperta

Se sabes pra onde ir, porque se perde?

Quer sempre o quase tudo e já não cede.

Anda torto por linhas retas.

Não entende o que quer e não acerta.

Sabe bem a hora de acordar e não sossega.

Conhece a história que não escreve.

Desperta do teu sono por uma brisa leve.

Pois assim como a vida, o amor é breve.

domingo, 10 de maio de 2009

Minha noite

A noite escura
que era noite sua,
que era noite.

A noite que era minha e era sua,
quando nós éramos nós de noite e de dia.

Eramos pois um açoite,
e o suor que corre,
para, pensa e escorre.

Quando então tú, ó noite
era pra mim o que ninguém jamais fora.
Era pra mim na estrada a fora.
Era noite...
Quando eu queria que fosse.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Hoje

Fiz de mim os teus pedaços.

Catei cada caco.

Cada pequeno vago espaço.

Hoje sou força, sou vida, sou tudo.

Hoje, sou um pouco de você,

e você um pouco de tudo.

Eu hoje sem você,

Vago sozinho no mundo.

Eu que já falei tanto.

Hoje fico mudo.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Uma vez...

De súbito um abraço
seus pés em minha direção,coração em descompasso.
De tudo que a faz igual, nada tange aos simples mortais.
É transcendental...
Tudo vive onde ela pisa
até a tarde que se fez tão cinza,
logo deleitou-se num lindo poente.
Talvez no seu quase sorriso,
ela leve consigo a minha paz.
Mas do acaso então surgiu o encanto,
da saudade, o não sei quando,
de cada nascer do sol a coragem,
dessas palavras a verdade.
E aqueles que não me ouvem,
ou que com meu grito espante,
vão saber que toda a vida se resume num instante.
Pois sei que um dia...um dia daqueles mais tristes,
hei de rever o meu amor,
hei de queimar sob a chuva rala,
hei de saber quem eu sou,
hei de ser o que ignoras ou guarda,
hei de tocar a mais fina flor,
hei te viver em ternura,
hei de morrer sem teu amor.

À pequena

Eu tenho você, isso já é a própria sorte.
É o verdadeiro encontro com aquilo que deram o nome de paz.
Até agora convivo com o que chamam de distância,
ainda bem que minha mente voa.
Pensamentos com asas vão ao encontro do meu melhor,
e da parte que o torna perfeito.
E lá se vão os anseios e os limites, volta não!
Eu quero estar perto, prefiro calor humano.
Deitar em colo amado, e transbordar...
Vai ser tudo bem cuidado, pra crescer extraordinário.
Nessa hora todo eu se revelará um "nós", eu e você!
Sei que dos segundos se fazem minutos, que se vestem em horas, e dias,
todos eles são convidados para verem a nossa hora!
E tudo se fará novo...

...

...O que há de se explicar esvaiu-se.
Sem sobrou de não ter o que dizer.
Pede e leva pra casa.
Há de se comer sem reclamar.
O que há de mais vazio e triste.
O que há de ridículo.
Tudo aquilo que te faz imóvel e impotente.
Leva pra cama.
Leva pra casa o que não te pertence.
O que passou de ouvido em ouvido.
O que fui de bocas em bocas.
O que amo e me maltrata.
O que eu destrato e cuido com tamanha imperícia.
O que eu entendo de física quântica me diz que não é possível.
Mesmo admitindo estar em dois ao mesmo tempo.
Mesmo querendo conquistar o impossível.
Mesmo assim.
Não há mais nada a dizer.
Ninguém mais quer saber.
Leva pra casa.
O que for teu é teu e pronto.
Esconde debaixo do travesseiro.
Espera vir nos sonhos.
Espera crescer e começa de novo.
Leva com você.
Pra onde?
Ninguém vai dizer...

Eu, menino.

-Olha lá o menino sentado,
Encoberto pelo azul celeste.
Olha só que beleza, tantas cores no seu universo.
Tanta coisa que faz sentido.
Tanto querido, tanto vivido.
Tanto querer dividido.
-Olha lá.
O menino sem tempo e espaço.
Ó o menino descalço.
Olha só o pé dele.
Olha só pro mundo dele,
É real e colorido.
É forte e destemido.
-Olha só,
É o menino mundo.
-Olha lá.
E fixaram os olhos naquele menino.
O menino coberto de azul,
E o menino vai indo.
-Pra onde vai aquele menino?
Olha o menino sumindo.
Lá vai o menino.
-Viram?
E todo o mundo parou pra olhar.
Mas nem todos podiam ver,
Que o menino,
aquele menino azulino, era capaz de voar.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Eu e outros “eus”.



Os braços ainda acenam para a despedida.
A boca ainda espera o beijo.
O corpo ainda queima.
Os braços, a boca e o corpo ainda são.

Eu já não sou mais.

Não sou mais fantasia.
Meio-dia.
Não mais extravaso.
Não sou mais abraço.
Maré de março.
Não mais sorrio.

Eu já não sou mais.

Ainda há aplausos,
Espere e ouvirá os enxovalhos.
Ainda peço desculpa,
Espere e serei expulso.
Ainda quero,
Espere e eu desespero.

Os enxovalhos, as desculpas e o desespero ainda são.

Eu já não sou mais.

Agora eu sou amargo.
Jiló.
Difícil de entender.
Quiprocó.

Agora eu tardo.
Amargo.
Impaciente.

Eu já não sou mais.

Agora eu desalinho.
Vôo desastrado.
Só desafino.
Eu, só e Zinho.

Já não sou mais.

Deixei de ser e me amo mais.
Deixei de amar e sou mais.
Deixei de ser o que queriam de mim

e eu sou mais.
Braço, boca e corpo.
Fantasia, abraço e sorriso.
Jiló amargo e impaciente.
Eu quiprocó.
Eu e só.
Eu e Zinho.
Eu e eu.
Eu sozinho.
Eu aquilo.
Eu ou ele.
Eu, não mais aquele.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Se não sou eu.

Era hora de dar a cara à tapa.
De dar tapa na cara.
De tapar a cara.

Era hora decisiva.
E eu perdi.
Fui improvável aos olhos do imprevisto.

Justo eu.
Que não soube de mim,
Que não soube de ti.
Que quis saber do que apareceu.

Eu.
Que fui reprovado no teste.
Que titubeei, vacilei, andei fora da faixa.

Eu.
Que pensei estar longe, o que estava às claras.
Confundi.
Me meti em confusão.
Enfiei os pés pelas mãos.

Eu.
Que jurei em verdade tudo que disse.
Fui cada vogal e cada sílaba.
Fui reticência.

Eu.
Que fui menino entre as mulheres.
Que teci a trama.
E caí na rede.

Eu.
Que fui eu mesmo e nem quis saber.
Que me dediquei.
Fiz, lembrei, e fui.

Eu.
Que fui, estive e estou.
Intersecção.
Contido e contendo.

Eu.
Seduzido e à deriva.

Eu.
Que não posso esquecer isso,
Pois me lembro sempre de ser quem sou.

Eu.
Que acima de tudo fui de verdade.
Que senti.
Pensei e ponderei.

Eu.
Que sou o que está posto.
Que estou a postos.
Para ser mastro e bandeira.
Luz e estrela.

Eu.
Que brilhei.

Eu.
Que apaguei.

Eu.
Que vou ser.

Eu.
Você.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Eva

Veja só como tudo é tão bom.
O dia que muda ao te ver,
O barulho que vira som.
Viver como música é um dom.
Saber viver, quem não quer?
Eu quero agradecer por te ter perto de mim,
amizade que me põe de pé.
Na tristeza e na alegria, tudo um dia chega ao fim,
só não chega a fantasia que eu sou filho de Maria
qual Jesus de Nazaré.
Não chora minha nêga, te faço um abraço,
imito um palhaço, só pra te agradar.
Contigo ao meu lado sou como um pássaro aprendendo a voar.
Não anda vazio nem está sozinho
aquele que na vida tem com quem contar.
Eu conto contigo, tu contas comigo.
O resto é andar e cantar para o mundo o valor de te amar.
Não chora minha nêga, me dá teu sorriso.
Faço o que for preciso pra te acompanhar.
Contigo ao meu lado eu já não disfarço.
Só quero cantar.

A poesia

Esses versos não são meus,
pois o poeta não tem rosto,
e as palavras são vãs.
Eu te traio na tua ânsia,
e me embriago em teu fel,
que mais doce não provei.
Que inspiração mais sórdida!
Essa que vem sem dono e vai sem rumo.
Que escrita fútil,
de suspiros breves, sem vontade.
E ainda assim penetra em meu peito, e encontra abrigo.
E quando o imperfeito parece te tomar,
tua suavidade e força profunda te põe de pé.
e quando pareces perdida,
me encontro em ti...

Se é anjo.

O que fiz de mim,em mim não coube

O que deveria haver de ti em mim,de si não soube.

Do que sou para o que quis ser,
uma eternidade.

Do não ser, para o nada ser,
uma saudade.

Por "Ventura" é assim,
cada "eu" no seu caminho,
cada alma e sua bondade.

Ao anjo torto da verdade,
cabe as asas e as maldades.

Revolta

Há dores que não me deixam viver,
O mal que sempre volta.
Te querer e não te ter.
Não ter ninguém a minha volta.
Sem meus olhos pra te ver.

Tudo isso me revolta.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Sem mais...

Às vezes eu só sei o que não quero.
O que eu quero se espalha, é demasiado ver.
Não moram mais em mim alguns parâmetros,
Botei-os pra fora dada inadimplência.

Não consigo mais me enquadrar, constatei isso.
Nas fotografias estou com a cabeça cortada.
Meus pés transbordam na cama.
Se canto alto me tiram como louco.
Se dou o bastante, ainda acham pouco.
O que querem de mim é o que falta em todos.

O que eu posso ter de tão raro faz de mim um alvo fácil.
Faz com que você me olhe atravessado.
Não me negue!

Entrego a ti a minha bússola,
Mas peço: deixe-me navegar.
Vou incorporar sais e minerais a minha culpa.

Quando acaso,
Tardo, envelheço, recuso.
Faço de mim um ser obtuso,
Em nome da negativa negação da imagem.
Apareço em dias contados.


Sem mais, aviso.
Quando a sirene tocar anunciando a partida,
Uma estrela se acenderá iluminando a chegada.
Dessa coisa maior que é a vida,

fonte inesgotável de água pura,
Levarei o que couber no coração.
A simplicidade das pequenas coisas,
No beijo de despedida.
Um abraço de irmão.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Há...

Há que se admitir que não era esperado.
Inusitado é o adjetivo de um encontro não marcado.
Há que se fazer valer a pena, ela diz.
Há de haver um motivo.

Há de ter coincidências.
Dissonância de discursos há também.
Há de ter a teimosia ariana.
A manha mineira e a ginga baiana.

Há de se salientar o senso de humor.
Dela a crença no amor, dele o amor pela descrença.
Há de encontrar respostas,
Ou há de mudar as perguntas.

Há de se crer no acaso.
De haver um prazo para romper distâncias.
Há de se aproveitar o ensejo, e
Transformar os “bjs” em algo de arrepiar.

Há, e por que não. Tempo.
Mas há mais ainda, e saliento
Vontade de ver de perto.
De comprovar que está certo,
Um encontro que já aconteceu.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Só de passagem





É um mundo tão rápido
que minha alma dilacera por entre os carros.
Passa tudo sem ser processado,
digerido sem fibras interpretativas.
Comemos tanta informação,
Que expelimos palavras ao bel prazer da oportunidade.
Perdemos as réguas e as rédeas.
Estamos meus caros, sem medida.
É medo oscilando com a alegria da infância.
É vazio que domina metrópoles super populosas.
É um mundo no qual
Dizemos sim ou não, e dizemos mais ainda, talvez.
temos sido cumplices do incerto.
Bipolares espalhados aos montes.


É um mundo tão rápido,
Que a compaixão definha entre o gás carbônico.
E eu observo atônito.
A sanidade dos doidos.
A castidade da vida fácil.
A diminuição da vida útil.
O espaço dado ao fútil.
Passam rápido.
Os pneus sobre os pedaços
Da minha alma em frangalhos.
Olho por entre as frestas,
Sei agora o que me resta,
O medo de ser amado,
Nesse mundo tão rápido,
O gostar perdeu o gosto.
E a paciência sucumbe a um
Milésimo de segundo.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Incompleto


A clara calma em dias de chuva,
Encontra a agonia no livro do desassossego.
A ironia da bela flor que se abre ao meio dia e eu não vejo.
Tarda o corpo do vinho quando se pisa a uva.

A mais bela visão, mesmo que difusa.
Embriaga meu olho e atenua.
O teu corpo em poente insinua.
A vaga visão de quem me usa.

O rubor da pele em disfarce,
Esconde a mão de quem maltrata,
Não perdes a lua que vive alta,
A pureza da vida enquanto arte.

A silhueta do pássaro que voa ao longe.
É o caminho que atalha a liberdade.
Quando o sonho maior é sair da cidade.
Leva-me para onde o amor se esconde.

Uma vez que a nossa paz cessou.
Toda vez que a guerra impera.
Morre de uma vez a última quimera.
De morte matada o amor que sobrou.

Despeço-me então com as flores da primavera.
Despedaço-me no chão enquanto outono.
A flor de violeta tem outro dono.
Fico à mercê do frio que destempera.

terça-feira, 10 de março de 2009

Barcelona


Quando eu for, quero uma sinfonia.
Nem choro, nem vela.
Quero harmonia.
Quero cada nota em seu lugar.
Toda frase e toda rima.

Quando eu for, não quero mar de ressaca.
Quero céu de brigadeiro.
Azul mediterrâneo.
Quero sagrado e quero profano.

Quando eu for, eu quero uma festa.
Quero que todos tragam na testa a marca da fantasia.
Quero batuque e bloco na rua.

Quando eu for, quero cuca fresca.
Quero que deixem estar.
Deixem sangrar.
Deixem.

Quando eu for, afinal eu vou.
Quero que se renovem.
Quero que as pessoas e coisas se recriem.

Quando eu for, e se possível for.
Quererei por fim um quintal de grandes árvores.
Uma rede de varanda.
Com gostinho de amor.
E cheirinho de lavanda.

Quando eu for, me deixem ir.
Pois quando eu for, e eu vou é porque quis.
Deixem que passe a banda.
Deixem que eu seja feliz.
Mesmo que me leve à lona.
Vou ver as coisas de Gaudi.
Las chicas de la Espanha.
Vou ser o que sempre quis.
Vou encontrar Barcelona.

Olho Mágico


Ele- Vou começar de novo. O tempo é o senhor de todas as coisas.
Campanhia. O quê? Não acredito! Quem será agora?
Din don! Toc, toc! Passo após passo.
Meu olho, olho mágico. Nunca vi mais gorda, loira e de All Star nos pés.
Tô bem. E você ainda naquela?
Ela- Oi! como você tá?
Ainda naquela...
Sábado à noite, noite de sábado, é tão diferente assim?
Ele- Eu! Não fiz nada. Não me acuse, veja bem...
Você me entendeu errado, não era minha intenção.
Ela- Respira fundo. Por que você fez isso comigo?
Eu vi!
Meu olho, olho mágico.
Eu vi também, a mais linda sábado à noite.
Amiga, com aquele olhar?
Olho mágico, assim te vejo.
Você deveria conhecer melhor minhas amigas.
Você deveria ter me ligado!
O quê!?
Foram só umas taças de vinho, longas estórias, nada mais.
Conhecer suas amigas melhor, pra quê?
Depois foi táxi, casa, cama, meu olho, olho mágico.
Devem ter enchido a cara.
Depois táxi, casa dela, cama dela, eu sei!

Não era minha intenção, devia ter avisado.
É sempre assim.
Sempre essa estória de começar de novo.
Sabe de quê, tá louca?
Foi só casa, xixi, dentes, escova, TV, sleep time, 15 minutos.
Não agüento mais isso.
Ah!Ah! O tempo é senhor de todas as coisas!
Você tá me pedindo um tempo?
15 minutos??

É! Depois ela desliga sozinha.
Não te pedi nada.

Desligado estava seu celular!
A bateria, o carregador, meu olho, olho mágico.
Não vi que tinha descarregado.
Sua chamada está sendo transferida pra caixa de mensagens!
Mensagem de voz? Não tenho crédito!
O que disse??
O tempo é senhor de todas as coisas!
Os pés, o chão.
Vou embora!
Ah! Nunca vi mais gorda!
Quem? Ela ou eu?
Escolha!
Não vire as costas pra mim!
Ah! Você é ridículo, vinho, táxi, casa dela, cama dela.
Sei de tudo!
Vai me deixar falando sozinho?
Não é nada disso que você está pensando!
As duas! Você e ela!!
Onze e meia, amanhã, feijão, arroz.
Começar de novo...
Te odeio!
Quero te ver amanhã!
Meu olho, olho mágico, loira, All Star...
Me esquece!
Que seja!
Disk cerveja!
Campahia. O quê? Já chegou?
Cerveja,copo,música, só isso...
Amanhã estou melhor.
Afinal, o tempo é o senhor de todas as coisas.
34 reais e 20 centavos, Skol, 24 garrafas.
Vou começar de novo.
Meu olho, olho mágico.
Nunca vi mais gorda!

Quem? Ela ou eu?

segunda-feira, 9 de março de 2009

Finjo.


Quando li Passagem das Horas,
faltaram-me palavras.
As que eu tinha escorreram por entre os dedos,
perderam-se no lilás das unhas.
Quando as vejo passar,
falta-me alguma coisa do inexplicável,
algo que me torne inatingível, intocável.
Falta em mim e a ti uma dose de ópio.
Por que o medo de “viajar”?
Temos que forjar cores e motivos para pintar quadros.
É necessário fingir, inventar alguém de fácil felicidade.
Esquecer-se de ser humano.
Afinal, o que é realmente sê-lo?
Humano.
Minhas convicções envelheceram,
e elas não são como vinho.
Pode-se ser o que quiser nessa vida que mais parece um palco.
Não precisamos vestir a roupa certa para a ocasião.
Branco para o luto, preto para os santos.
Fingimos que é verdade, pois precisamos acreditar em algo.
Precisamos não ser, e esperar pelos aplausos.
Admitimos toda forma de passividade e omissão,
em nome da “paz”.
Em nome de D.
Pedimos tanto de joelhos,
que a vida passa, sem que a gente passe por ela.
Permita-me então dizer que não acredito.
Que não dou crédito.
Que querendo ou não, eu fico e finjo.







Concluí:

A palavra é a melhor amiga do ser humano, desde que ele saiba como usá-la.

sexta-feira, 6 de março de 2009

(des) Apego


(des) Apego

O apego apaga a chama.
A fama deita e faz a cama.
Quem não fez, às vezes
Paga o preço da praga.
A praga que apaga o apreço.
Das palavras ditas com farpas.
Na sisudez da língua falada.
Nem sempre consente quem cala.